A política de estoque Mín/Máx é uma das formas de responder ao dilema entre manter um estoque maior e proteger as vendas e manter um menor e reduzir custos.
Essa é uma estratégia clássica de gestão de estoque que chama atenção, sobretudo, por ser simples. Algo que a levou a ser difundida e adotada por diversas empresas.
Entretanto, para além das vantagens ― que também veremos neste post ―, há riscos que precisam ser considerados. Continue a leitura para entender por que essa política de estoque pode não ser a melhor para a sua organização!
O que é a política de estoque Mín/Máx
A política de estoque Mín/Máx é uma estratégia que considera o nível de estoque mínimo como um gatilho para novas compras, levando ao estoque máximo.
Para que isso funcione, é comum que as empresas utilizem o sistema de ponto de reabastecimento (ROP) para definir o estoque mínimo ideal considerando a demanda média e o tempo de reposição do estoque.
A ideia, portanto, é definir um volume mínimo de cada produto como sendo um volume de segurança. No momento em que o número de produtos cair para abaixo do mínimo, o gatilho de compra é acionado.
Nesse ponto, a preocupação passa ser o quanto comprar. Para isso, a gestão de estoque se baseia na diferença entre o mínimo e o máximo estabelecidos, chamada de quantidade de ordem econômica (EOQ).
Em um cenário ideal, a EOQ se baseia em uma quantidade equilibrada do produto que resulte em economia de custos na compra e manutenção do estoque.
A ideia é que nunca falte nenhum produto e que a reposição de estoque seja feita de maneira a otimizar o uso do orçamento da empresa.
As vantagens da política de estoque Mín/Máx
O ponto mais vantajoso da política de estoque Mín/Máx é ser uma estratégia simples, inclusive no que diz respeito à sua implementação.
Isso porque não são necessários muitos dados e nem uma análise profunda para definir os níveis ideais de estoque. E o uso dessa estratégia se torna ainda mais vantajoso quando se tem uma ferramenta de automação em uso.
Com um sistema ERP ou outro software de gestão, uma vez que os dados forem fornecidos ao sistema, ordens de compra poderão ser emitidas automaticamente quando o estoque mínimo for atingido.
Ainda, em sua forma inicial, a política de estoque Mín/Máx passa por poucas alterações, já que considera que os valores de estoque mínimo e máximo quase nunca se alteram. Algo que a torna ainda mais prática.
Estoque Mín/Máx e análise ABC
A política de estoque Mín/Máx se alia bem à curva ou análise ABC que elenca os itens de maior ao menor impacto para ajudar a orientar essa política de estoque, o ROP e a EOQ.
Para entender essa dinâmica melhor, basta considerar o funcionamento básico da análise ABC. Veja:
- Classe A: a mais crítica de todas, é composta por produtos de maior importância, valor ou quantidade. Deve ser verificada com uma frequência maior para evitar o esgotamento de itens;
- Classe B: composta por produtos de importância, valor ou quantidade intermediária que, apesar de não demandar um controle tão rigoroso, também deve ser verificada com regularidade;
- Classe C: produtos de menor importância, valor ou quantidade, cujo controle é mais leve.
A ideia é definir o estoque mínimo e máximo de cada produto com base nessa categorização, de modo a ter um estoque “saudável” que minimize o risco de atrasar a entrega de pedidos e de gastar demais com o superabastecimento.
Com base em tudo isso, você está se perguntando onde está o problema? A gente te conta!
Os riscos da política de estoque Mín/Máx
Apesar das vantagens, a política de estoque Mín/Máx não funciona bem frente a sazonalidade e outros fatores que impactam a demanda de forma mais significativa.
Em outras palavras, o problema ou o risco é que essa estratégia tende a considerar uma demanda com poucas variações e constante, o que pode fugir à realidade de diversas empresas.
Como consequência, boas oportunidades de venda podem ser perdidas e o custo final pode ser elevado. Vamos entender melhor? Separamos alguns pontos para você:
Sazonalidade x estoque Mín/Máx
Como mencionamos, a política de estoque Mín/Máx prevê poucos ajustes ao longo do tempo justamente por considerar uma demanda constante.
Entretanto, fatores como clima e datas comemorativas podem demandar ajustes significativos e mais frequentes na gestão do estoque do que a estratégia em questão propõe.
Economia de custos x estoque Mín/Máx
Considerando as variações na demanda, chegamos a um paradoxo da política de estoque Mín/Máx porque a ideia de minimizar custos pode ter efeito contrário.
O foco no EOQ tende a levar a uma gestão de estoque que segue a dinâmica de pedidos maiores e frequência de compra menor. No melhor dos cenários, isso realmente gera economia.
Porém, variações de demanda inesperadas podem ocorrer e, seguindo a estratégia em questão, a empresa pode se ver diante de duas possibilidades:
- perder a oportunidade de venda por falta de estoque suficiente para a alta na demanda;
- optar por uma compra emergencial que pode ter custos mais elevados do que o ideal, sobretudo considerando o tempo curto para abastecer o estoque frente a uma oportunidade inesperada.
Na primeira situação, a empresa pode ter prejuízo de imagem junto aos clientes ou ao seu mercado. Na segunda, tende a ter prejuízo financeiro; um resultado oposto àquele inicialmente buscado com a política de estoque Mín/Máx.
Conclusão
Embora seja bastante difundida e tenha suas vantagens, a política de estoque Mín/Máx não funciona bem sempre. Essa análise deve ser pautada no entendimento da estratégia e da realidade da organização.
Como indicamos, é importante considerar o impacto que as variações de demanda podem ter nos negócios para evitar que o uso da política Mín/Máx impeça que a empresa aproveite boas oportunidades e tenha prejuízos.
Para entender qual caminho seguir, confira nossas dicas sobre o que considerar na hora de definir um modelo de reposição de estoque para sua empresa!